Relase Ato Abusivo / 1990
- 2013
Quando:
A banda Ato Abusivo nasceu com o nome de
GESTAPO em outubro de 1990, no bairro de Val-de-Cães e foi uma das personagens
do momento em que a capital do Estado do Pará tornou-se um dos grandes redutos
da música e do movimento rock do Brasil, juntamente com outras bandas de
variadas vertentes, conquistando um grande público, respeito e reconhecimento
da imprensa.
A primeira formação:
Em meio à efervescência do rock paraense que
transitava entre o underground e o pop rock, os jovens, Beto Siqueira,
Batatinha, Joe Colega e Jorge Mugica deram origem à primeira formação. Antes da
primeira apresentação, batatinha abandonou a idéia e Beto Siqueira assumiu a
função de declarar as letras perante o público e rifar a guitarra.
Beto Siqueira – Voz e Guitarra
Jorge Mugica – Contrabaixo
Joe Colega – Bateria
O primeiro nome da banda:
Todos sabem que a “GESTAPO” foi à oficial
policia do regime nazista de Adolf Hitler, porém como até hoje, uma banda que
se propõem a transitar entre a arte musical underground figurando entre as
vertentes do punk rock, precisa de um nome de impacto e certamente não
escolheria o nome de uma flor. Como a banda ainda não havia escolhido nenhum
nome e estava às vésperas de sua estréia, o nome GESTAPO foi escolhido de
maneira emergencial, porém o peso do significado da palavra despertou a atenção
de todos os envolvidos da cena roqueira, mas sem se importarem efetivamente com
o real significado do substantivo.
Nazista, fascista, skin head, careca? (quando
ainda GESTAPO)
NÃO, a banda em nada pregava o totalitarismo, o preconceito e
superioridade de raça. As composições seguiam abordando o cotidiano e os
problemas enfrentados pela população suburbana em geral como todas as bandas de
punk rock que pregam a igualdade, a paz, a fraternidade e solidariedade frente
às mazelas ao que o povo comum é submetido sendo uma banda sempre querida por
anarco-punks, alternativos e headbangues.
O nome chegou a chamar a atenção de alguns
pretensos nacionalistas (carecas), mas estes ao presenciarem os shows da banda,
entendiam que nada do que buscavam conseguiriam encontrar lá, ou seja, a banda
sempre foi em caminho ao contrário que tudo que é feito pela força e pela
violência.
Segue...
A banda estreou em novembro deste mesmo ano
no Município de Ananindeua, nas entranhas do Conjunto Jardim América,
juntamente com as bandas: Descargo Social, Babyloydes e Contraste Social, daí
por diante chegaram novos convites para apresentação, mais dois shows: um no
colégio Souza Franco e outro no Teatro Waldemar Henrique, templo do rock
paraense da época e seguiram em frente com muitas outras apresentações.
Letras diretas, com toques poéticos, melodias
simples, a contextualização do cotidiano urbano e a busca na variação dos temas
a serem abordados, foi assim o começo de tudo e assim prosseguiu em suas muitas
outras apresentações. Em janeiro de 1991, Jorge Mugica deixou a banda e surgem
Zero (ex- Desgraça Periférica) para assumir o contrabaixo e Jorge Costa para
ser o vocal do grupo. É nesse período que a banda lança sua primeira demo-tape:
"Brasil Falido-País Desnutrido", com as músicas Brasil Falido-País
Desnutrido, NPM e Velhice, sendo uma das primeiras demo-tapes a serem gravadas
por uma banda de punk rock no norte do Brasil. O país passava por um momento
critico, tínhamos até um presidente acusado de corrupção e com um caótico
panorama político-social que o Brasil atravessava, vários motivos surgiam para
se fazer música de protesto e, também, como era imensa a quantidade de bandas
em Belém; os meninos decidiram que era preciso trabalhar mais as letras, usando
uma forma ainda mais poética de abordagem, e enriquecer mais a parte
instrumental. A música "Assassinato de um Líder Rural" é fruto dessa
mudança, e ainda hoje é atual, pois o tema referente ao homem do campo e dos
conflitos agrários sendo uma das temáticas que a banda passou a abordar em
várias de suas músicas, e isso poucos grupos faziam ou fazem atualmente. Com a
formação do grupo estabilizada a banda, entre centenas
outrasbaixabaixakibaixaki que formavam o cenário paraense, foi selecionada para
a primeira versão do Projeto Rock na Praça - 24 Horas no Ar, fato esse digno de
ser registrado no Guiness Book, já que foram 24 horas direto de rock and roll,
dos mais variados estilos.
No segundo semestre de 92, começam a gravar a
histórica e clássica a demo-coletânea "Gritos de agonia e Desespero"
juntamente com as bandas Anomalia, Contraste Social e Delinqüentes. Sai Joe
Colega e entra Ulisses na Bateria. Gravaram Nazismo na PM, Assassinato de um
Líder Rural, Liberdade Onde Está?, Sul do Pará, Aproximação Imperialista e
Menor.
A banda também foi selecionada para o segundo
e o terceiro evento Rock 24 Horas. Na primeira versão do
festival, tocaram no domingo à tarde, às 15 horas, fazendo um dos melhores
shows de toda sua história, com a Praça da Republica de Belém literalmente
lotada. A banda não chegou a tocar na terceira edição do Rock 24 Horas, em
1993, pois como todos sabem o evento terminou precocemente em uma noite
fatídica nas quais pessoas que nada tinham a ver com a cultura do rock foram
responsáveis pelo fim do festival.
No segundo semestre de 1993 entraria outro
guitarrista, o skatista Márcio, Sua entrada no grupo foi o acréscimo de outras
influências, como de bandas que o publico skate curte e com isso aumentando o
numero de seguidores.
A
banda continua em várias apresentações nas noites paraenses, participando de
vários festivais por toda a cidade e diversas apresentações no saudoso
considerado templo do rock paraense Teatro Waldemar Henrique e muitas
apresentações naquela época foram feitas com as juntamente com as bandas
Delinquentes, Anomalia e Contraste Social, que até pareciam formar um quarteto.
Lembrando que foram estas as primeiras bandas de punk rock e hard-core a
gravarem uma coletânea punk, (Gritos de Agonia e Desespero) no norte do
Brasil..
Em
1994, a banda passa novamente por mudanças de integrantes, Saem Ulisses, Zero,
Márcio e Jorge Costa, entram Helvio Almeida (Pélvis) no contrabaixo, Robson
Wagner (Vassoura) na guitarra e Fernando (Marcha Lenta) na bateria e
reassumindo Beto nos vocais, reformulada e estreando a nova formação em um
festival de música promovido pelo SESC da Doca, no qual participaram muitas
bandas de peso do cenário local e em noites de grandiosos públicos.
A
Banda Ato Abusivo (ainda GESTAPO) durante até esta altura de sua existência,
foi uma das que mais se apresentou no considerado templo do rock Theatro
Waldemar Henrique e em 1994, juntamente com a banda de metal, Mantra fez a
última apresentação de uma banda rock underground naquele local e naquela
gloriosa época em que todos os roqueiros se reuniam a note em frente a sua
fachada. A banda segue neste ano fazendo vários shows.
O desastre ocorrido na terceira versão do
Rock 24 horas veio gradativamente enfraquecendo o cenário paraense e
desestimulando muitas bandas e integrantes. A falta de oportunidades de palco,
a discriminação e a cultura da Bahia e do sul do país, deixou cada vez mais
difícil o trabalho das bandas de rock paraenses. Casas noturnas e o
empresariado deram as costas de vez, empurrando as manifestações artísticas do
rock aos subúrbios e pequenos e improvisados mini festivais em lugares
apertados e sem fácil acesso ao público. A banda desacelera e dá uma pausa em
1996.
Em 1997, Jorge Costa retorna aos vocais, e neste
período sai o baterista Marcha Lenta e em uma tentativa da banda voltar a se
re-estabilizar três bateristas passam rapidamente pela banda, foram eles:
Júnior Baixinho, Pai Jorge (ex-Contraste Social), Amadeu (ex-Anomalia) e
Cleiton Olho. Este último se estabilizou e seguiu em frente com a banda. Porém
o contrabaixista Helvio Almeida (Pelvis) se afasta da formação no inicio de
1998.
Em 1998, a banda apresenta mais uma nova
formação: Beto Siqueira assume o contrabaixo, Robson Lopes continua na guitarra,
Cleiton Olho nas baquetas, Jorge Costa no vocal e Alexandre Arizona faz os
bankings.
O Nome GESTAPO com o passar do tempo começa
ser questionado pela curiosidade daqueles que queriam saber se tal batismo
seria uma homenagem àquela policia e para não mais perder tempo com
explicações, a banda troca de nome para ATO ABUSIVO, lançam o primeiro cd,
chamado também de ATO ABUSIVO, com faixas que revelam toda a trajetória até
então, não deixando de fora nenhum dos seus hits e algumas novas músicas:
01 - Extermínio
02 - Jovem Brasileiro
03 - A Passeata
04 - Retirantes
05 - Assassinato De Um Líder Rural
06 - Liberdade Onde Está
07 - Foi Boto Sinhá
08 - Bom Futuro
09 -Teoria e Pratica
10 - Liberdade Onde Está e Caos Urbano (ao vivo)
A banda faz show de lançamento de seu cd e
segue em frente com vários shows pela cidade e no ano 2000, faz a comemoração
de seus 10 anos de carreira com alguns shows em Belém e Ananindeua e em 2003
entra em um longo período de pausa.
2013.
Passado tempo, amizades duradouras foram
formadas através da banda. Beto Siqueira (fundador da banda), Robson Lopes
(Vassoura) e Helvio Almeida (The Pelvis), como nunca perderam contato e
estabeleceram uma relação de amizade constante, decidiram colocar novamente a
banda frente ao público, convocado para assumir as baquetas Nilton Cezar
(ex-Black Mass) para completar a banda Ato Abusivo. Agora estabelecida em
Ananindeua, pelo fato de três de seus quatro integrantes morarem nesta cidade, prometem
voltar aos palcos para lançar pelos ares seus refrãos conhecidos e novidades
nas noites do underground paraense sem mudar seu estilo Ato Abusivo de sempre.
Agora 2014:
Após varias apresentações, a banda passa por dificuldade com integrantes. Robson Lopes decide deixar a guitarra para dedicar-se aos estudos e Nilton Cezar é convidado por não dedicar-se suficientemente para manter a atividade cultural. É convidado para assumir as baquetas o excelente músico João Batista (Dom) e para a guitarra Arley Silva - companheiro de banda de Helvio Almeida, no Sistema Nervoso - Algumas apresentações e a banda agora é formada por:
Esperando nova edição.